Rio de Janeiro, 05 de junho de 2014.
Agora é sério pessoal!
Já jogamos bomba de efeito moral para disfarçar tudo de errado que vemos, tacamos fogo nas calças dos deputados, pimenta nos olhos dos outros e fizemos a maior baderna nas ruas. Uma galera se deu mal nas manifestações e tem gente que nem está mais aqui pra saber o que aconteceu depois.
Triste isso de querer ganhar na força, mais triste ainda é saber que não serviu para porcaria nenhuma. As passagens dos nossos meios de locomoção aumentaram, os policiais deram uma sumidinha básica e os bancos desfrutam de uma greve interminável.
Nossos políticos continuam no poder, exibindo seus sorrisos falsos e convenientes. Bem longe do povo eles acenam um "bay bay otários, vocês perderam!". Isso tudo na maior cara lavada e sem nenhum peso na consciência. Dinheiro sujo, cara lavada, cara lavada, dinheiro sujo... Quase um hino nacional e assim se repete a cada virada de estação.
O que tinha pra roubar já foi roubado, não podemos fazer absolutamente mais nada. Os estádios estão inacabáveis, as estradas continuam esburacadas e quem precisa chegar por ar pode demorar um bom tempo até receber autorização de pouso. Ainda assim, sendo menos constrangedor do que ficar espremido ao meio de um suor coletivo nos vagões dos trens.
E os moradores de rua, os batedores de carteira, as prostitutas das esquinas? Ah, esses continuam com a mesma rotina de sempre. Podemos encontrar uma pessoa dormindo enrolada no cobertor em plena luz do dia e no meio de uma das avenidas mais movimentadas do centro. Os batedores de carteira estão cada vez mais criativos na arte do roubo, vale até levar celular velho. Quanto as prostitutas...
Viajar para o Brasil e não conhecer uma bela bunda e um notável par de seios é como acordar e não abrir os olhos. Essas moças são a atração maior desde que "princesinha do mar" deixou de ser nome de música para virar propaganda de puta colada nos telefones públicos. A culpa não é dos turistas e sim do que temos para oferecer a eles. Assim como Veneza tem suas gôndolas encantadoras, Paris croassant fresquinho e Amsterdãm as ervas alucinógenas mais impactantes do momento...
Temos as melhores e mais descobertas bundas do planeta. Elas estão por toda parte e podem ser admiradas a olho nu a qualquer hora do dia. Sem cerimônia alguma.
Fazemos o que agora? Sejamos educados, hospitaleiros, receptivos. Essas pessoas que estão saindo dos seus lindos países de primeiro mundo para cair aqui na selva só querem participar da Copa e experimentar o nosso famoso calor humano.
Elas querem provar uma feijoada esperta escutando bossa nova, querem vestir a camisa e sambar até fazer bolha no pé. Virar camarões expostos ao sol e mesmo assim sair na foto com a marca da blusa, só para terem a certeza que brasileiro é tudo isso que contam por aí e que vale cada segundo de estadia nesse país desgovernado e mesmo assim maravilhoso.
Eles querem nos sentir. Qual o problema? Temos uma péssima fama lá fora por alguns fatores mas, sabemos muito bem transformar isso em generosidade. Ser brasileiro é ser de verdade.
Sobre a escalação da seleção, ainda estou por fora das belas pernocas. Procure no Google e se achar algo que preste avisa aqui.
De uma coisa eu tenho certeza, vai ter Copa. Vai ter Copa pra caramba, vai ter Copa até encher o saco. Mas, passa rapidinho.
Melissa Blanc
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